Inovação e Tecnologia

A Tecnologia como Potenciadora da Ação do Líder

Junho 21, 2016

Descubra como a tecnologia poderá melhorar a performance da sua equipa e ajudá-lo a ser um bom líder.

"Technology is best when it brings people together."

- Matt Mullenweg

 

Se não é consensual a avaliação da magnitude da influência da liderança no desempenho organizacional (vários estudos estimam esse impacto entre os 14% e os 50%), a ideia de que essa influência existe parece bastante mais consensual. É essa a razão pela qual as empresas americanas gastam cerca de metade do seu orçamento anual de formação e desenvolvimento no desenvolvimento de competências de liderança. É também essa a razão pela qual as empresas competem entre si para contratar os líderes mais conceituados, fazendo dessa forma disparar as suas remunerações.

Mas se as organizações acreditam que os líderes têm um impacto decisivo no seu desempenho e valorizam fortemente esse impacto, por vezes também sobrevalorizam a sua acção e esperam demasiado deles. Em Portugal chamamos a esse fenómeno Sebastianismo (na literatura designa-se por leadership attribution error – atribuir impacto exagerado à acção do líder). Esse Sebastianismo pode acabar por boicotar inadvertidamente a acção do líder. Ao sobrestimarmos o impacto da acção do líder, corremos o risco de subestimar a importância de outros factores, não investindo nesses factores e não facilitando a acção do líder. Um exemplo desta situação será a organização não investir no recrutamento, formação e remuneração da equipa de trabalho, obrigando o líder a um trabalho mais aturado no apoio e orientação técnica do trabalho da equipa (menos necessário com uma equipa mais competente e experiente), bem como no estímulo da sua motivação e satisfação (menos necessário se a equipa tivesse melhor remuneração e incentivos).

Um factor que pode facilitar (ou dificultar, na ausência ou má utilização) o trabalho do líder, permitindo-lhe ser mais eficaz, é a tecnologia. A tecnologia pode reduzir o efeito neutralizador da distância espacial e pode facilitar a adaptação do líder às características da sua equipa, permitindo recolher e codificar de forma mais eficiente padrões de comportamento, bem como adaptar mais facilmente os desafios colocados a cada membro da equipa.

A distância espacial é um neutralizador da liderança. Parece óbvio que um líder distante da sua equipa terá maior dificuldade em avaliar o clima social, a motivação e a satisfação da sua equipa. Mesmo que o consiga, a sua capacidade de intervenção é bastante mais limitada. A evolução nas tecnologias de comunicação permite uma interacção cada vez mais rica e a captação de um maior espectro de informação. Para além disso, a existência de eficazes sistemas de apoio à gestão e de informação para a gestão permitirá um acompanhamento mais próximo da actividade um maior aproveitamento das mais raras interacções físicas, dado que não será necessário perder tempo valioso com a recolha de dados já disponíveis no sistema.

Todas as pessoas são diferentes e um bom líder deverá conhecer cada membro da sua equipa para poder ter uma interacção mais adequada ao seu perfil motivacional e comunicacional. Esse conhecimento das características dos membros da equipa é o que permite que o líder não dê às pessoas incentivos inócuos ou, inclusive, contraproducentes. Para além do conhecimento que se vai desenvolvendo através da interacção pessoal, a tecnologia pode permitir identificar mais rapidamente padrões de comportamento e reacção que permitirão ao líder adaptar e adequar a sua forma de lidar com cada membro da equipa. Ademais, ferramentas de gamificação podem até permitir que essa adaptação seja feita automaticamente, potenciando o impacto do líder e libertando-o para outras actividades.

Em resumo, embora a liderança seja uma actividade com um vincado pendor humano, a utilização da tecnologia, em vez de a desumanizar, pode potenciar o impacto do líder, permitindo-lhe ser mais eficaz e eficiente, bem como ultrapassar algumas dificuldades que lhe são naturalmente colocadas pela distância à sua equipa.

 

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Publicação escrita por António Calheiros

Docente de Gestão/Recursos Humanos

ISCAC 

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Escrito por:
Openlimits

Julho 07, 2016 - 10:01:01

Excelente artigo! Muito interessante.

Escrito por:
Madalena Duarte

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